Estamos às vésperas da grande reunião anual de cúpula dos Brics, que este ano será realizada em setembro próximo em Xiamen, na China, um evento que traz não apenas enormes expectativas e esperanças aos países diretamente envolvidos – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – como desperta a atenção e interesse de todos, dados os seus desdobramentos no reordenamento de um mundo globalizado e multipolar.
A agenda de construção do bloco, como não poderia deixar de ser, é complexa e diversificada. Afinal, trata-se do alinhamento de interesses e estratégias de cooperação de nações e economias de natureza em quase tudo diversas, exceto na sua condição de países emergentes, que buscam o pleno desenvolvimento e um protagonismo maior no modelo de governança mundial.
E certamente existem os que apostam na diversidade de interesses e de momentos econômicos e políticos como razão para a inviabilidade do bloco. Mas é precisamente aí que reside a força dos Brics: no reconhecimento das diferenças como caminho para construir uma “parceria mais forte e um futuro mais brilhante”, slogan da reunião deste ano
Nesta edição, China Hoje foi buscar a opinião de alguns dos principais estudiosos da questão dos Brics para que, de certa maneira, exponham as visões nacionais de seus respectivos países sobre o futuro da aliança. O resultado é a matéria de capa desta edição, que oferecemos aos nossos leitores.
Outro assunto que queremos destacar nesta edição é a comemoração dos 20 anos de reintegração de Hong Kong à China, e aqui cabe um certo paralelo com a questão dos Brics.
Quando anunciada, não faltaram as vozes da catástrofe, que apostavam no retrocesso econômico e social da região. A isto, a China respondeu com uma proposta da mais absoluta ousadia, sintetizada no slogan “um país, dois sistemas”.
Reconhecendo a diversidade e respeitando a história e o sistema político de Hong Kong, e beneficiando-se da integração com o restante do país, a cidade acabou por experimentar um crescimento econômico sem precedentes, como mostra a reportagem de Zan Jifang, nesta edição.
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Em contrapartida a este pujante desenvolvimento de Hong Kong, está o combate à pobreza na China, tema da reportagem de Lu Rucai, na página 47. De 2013 até o momento mais de 55 milhões de chineses foram retirados da condição de pobreza extrema e a meta do país é estender este benefício a todos os habitantes da zona rural, onde ela está principalmente concentrada, até o ano de 2020, ao final do atual Plano Quinquenal. O objetivo final é a criação de uma “sociedade moderadamente próspera” na China, que beneficie não apenas os chineses, mas com capacidade de alavancar a erradicação da pobreza no mundo, um sonho possível, realizável e obrigatório.
Boa leitura.
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