Paulo Coelho comemora nova publicação na China: ‘Um país que me impressionou’

Livro “O Alquimista” ganhará uma edição inédita em quadrinhos

Paulo Coelho certamente é um dos nomes mais conhecidos hoje no mundo literário e entre personalidades brasileiras cujas conquistas ultrapassaram as barreiras nacionais. Com mais de 320 milhões de livros vendidos, lançados em 170 países, tendo 85 traduções para outros idiomas, o autor já entrou para o livro dos recordes e tornou-se Mensageiro da Paz das Nações Unidas.

Agora, Coelho comemora o lançamento de uma versão em quadrinhos de “O Alquimista” na China. “É uma peça magnífica”, elogiou o escritor sobre os desenhos inéditos à agência Xinhua. “Foi a melhor versão até o momento, tanto que as editoras planejam comprar os direitos da publicação chinesa, traduzir para outros idiomas e disponibilizar em outros países”, salientou ele.

“Atualmente uma obra atinge um certo número de pessoas e não progride, mas a versão mangá é capaz de atingir outros públicos”, complementou Coelho.  Ainda sobre as suas impressões da China e do povo chinês, Paulo Coelho diz ter grande admiração e respeito. Na obra “Caminhos Revividos”, realizada em conjunto com sua esposa, Christina Oiticica, as ilustrações foram criadas a partir da fotografia dos pés do autor, caminhando pelas muralhas de Nanjing, unindo referências marcantes de sua trajetória.

“Estive em Nanjing, Pequim e Xangai. A China é um país que me impressionou em razão da cultura que consegue manter o foco, ao mesmo tempo que permanece alegre, como os brasileiros. Os chineses sabem o que querem e persistem no objetivo de conseguirem aquilo que almejam. Isso me ensinou muito”, afirmou ele.

Coelho ainda se mostrou preocupado com a situação mundial atual, ao mesmo tempo em que acredita que a literatura possa ajudar a diminuir as distâncias e a tensão entre os povos. “A paciência chinesa tem auxiliado a que a situação não chegue a níveis desastrosos. A China deu muito ao mundo, mas isso infelizmente não foi reconhecido, ou foi apropriado. Sou eternamente agradecido ao povo chinês por acolher o meu trabalho e os meus valores. No fundo, todos temos a mesma alma. É uma alegria ver os chineses abertos a aceitarem outras culturas”, afirmou Paulo Coelho, que ainda espera que China e Brasil possam incrementar a sua cooperação em um ambiente pacífico e que contribua para aliviar as tensões mundiais recentes.

O embaixador da paz para a ONU ainda comentou: “A arte é uma ponte que une culturas diferentes e colabora para a construção de um ambiente de paz, pois as histórias são universais. Meus livros foram bem recebidos no Irã e em Israel, dois países com diversas questões a serem resolvidas em suas relações”.

O autor ainda enfatizou que cria para o povo. “Tento escrever de forma simples e profunda. Em cada livro coloquei o meu amor. Todas as obras são importantes para mim”, disse. Conforme ele, há dois tipos de escritores: aqueles que vivem suas histórias em suas mentes, e aqueles que experienciam a vida. “Eu sou destes que tentou um pouco de tudo, passei por vários momentos difíceis, pensei em desistir, mas hoje sou o terceiro autor mais conhecido do mundo. Como o filósofo espanhol José Ortega y Gasset disse ‘eu sou eu e a minha circunstância'”, complementou.

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