Por Juan Carlos Aguiar
No dia 5 de novembro, foi realizado em Lima, capital do Peru, o seminário “Avançando através do vento e da chuva: construindo conjuntamente uma comunidade de futuro compartilhado China-América Latina e Caribe”, promovido pelo Grupo de Comunicações Internacionais da China (CICG, na sigla em inglês) e pela Corporação das Três Gargantas (CTG).
O evento, organizado pelo Centro para as Américas do CICG (China Hoje) e pela China Yangtze Power de CTG, reuniu importantes representantes dos setores político, empresarial e acadêmico da China e do Peru. Participantes trocaram experiências e reflexões sobre a cooperação entre as duas nações para fortalecer o futuro compartilhado entre a China e a América Latina (ALC).
Li Yafang, diretora-geral do Centro para as Américas do CICG, conduziu a cerimônia, que contou com a presença de Gao Anming, editor-chefe do CICG; Gustavo Cordero Jon Tay, presidente da Liga Parlamentar de Amizade Peru-China; Qu Weihua, vice-presidente da China Changdian International; e Enrique Cornejo, ex-ministro dos Transportes e Comunicações do Peru.
Também compareceram Eduardo Yong Motta, presidente do Instituto Peruano Chinês; Mario Gonzales, gerente geral da Luz del Sur; Wang Lei, acadêmico da Universidade Normal de Pequim; e Carlos Aquino, diretor do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Nacional Mayor de San Marcos.
Fortalecendo os vínculos
Gao Anming destacou que em 2024 comemoram-se dez anos da proposta do presidente Xi Jinping de construir uma comunidade de futuro compartilhado entre China e América Latina e Caribe, além do lançamento do Fórum China-CELAC. Nessa década, segundo ele, a cooperação tem sido caracterizada pela igualdade e pelo benefício mútuo.
“Em primeiro lugar, a confiança política mútua melhorou, e a diplomacia entre chefes de Estado promoveu estabilidade e desenvolvimento,” afirmou Gao. Em segundo lugar, ele destacou o aumento da cooperação econômica e comercial, com o comércio de bens alcançando quase 500 bilhões de dólares em 2023, enquanto a China se manteve como o segundo maior parceiro comercial da ALC e a terceira maior fonte de investimentos.
Por fim, Gao ressaltou a crescente conexão cultural, educacional e amistosa entre China e ALC, afirmando: “A amizade entre países reside na amizade entre seus povos; só uma amizade sincera pode ser duradoura.”
Posteriormente, Gustavo Cordero Jon Tay destacou a modernização da China e seu desejo de que a América Latina e o Caribe avancem na mesma direção. “A China promove valores de desenvolvimento, justiça social e modernização para a América Latina e o Caribe, visando melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e fortalecer as relações diplomáticas e bilaterais”, disse.
Relações comerciais
Qu Weihua celebrou a colaboração entre China e Peru no setor elétrico, mencionando que a China Yangtze Power (CYPC) fornece eletricidade de alta qualidade para 1,3 milhão de usuários peruanos e atua no desenvolvimento de energias renováveis, como a eólica e a solar.
Além disso, Qu expressou seu desejo de que China e Peru “possam continuar trabalhando juntos para construir uma comunidade de futuro compartilhado China-ALC e promover o desenvolvimento econômico e o progresso social de ambos os países e da região como um todo.
Enrique Cornejo, ex-ministro peruano, lembrou da longa amizade entre China e Peru e destacou que o momento atual é ideal para fortalecer ainda mais essa relação, visando o benefício mútuo. “A proposta do presidente Xi Jinping de uma nova Rota da Seda para o século XXI coincide com a visão peruana de liderança regional, voltada para o Indo-Pacífico”, comentou.
Wang Lei, da Universidade Normal de Pequim, mencionou que desde 2014 China e ALC vêm avançando na construção de uma comunidade de futuro compartilhado, baseada no multilateralismo, justiça e equidade. Ele enfatizou que ambos os povos têm promovido benefícios mútuos e desempenhado um papel mais ativo no cenário global, refletindo um compromisso com o desenvolvimento local.
“Graças ao esforço incansável de ambos os povos e à cooperação cada vez mais próxima, foi possível alcançar maior bem-estar e benefícios mútuos. No processo de modernização, ambas as partes conseguiram não apenas um papel mais relevante no cenário internacional, mas também injetaram energia para impulsionar o desenvolvimento e o progresso global, além de renovar a confiança dos países e regiões em desenvolvimento”.
Wang ainda destacou que, assim como o povo chinês compreendeu que o “caminho para a modernização não é o mesmo que a ocidentalização, europeização ou americanização, mas deve estar ajustado às realidades de cada país”, na América Latina e no Caribe “também surgiu a ideia de um desenvolvimento local adaptado, que promove o crescimento baseado em uma análise profunda da história e da realidade da região.”
O seminário também teve momentos importantes, como a doação do livro Xi Jinping: A Governança da China (IV), feita por Gao Anming, e o lançamento da edição especial em espanhol da revista China Hoy, intitulada “China-América Latina: o Abraço de Dois Mundos”.
O evento foi concluído com o “Fórum de Intercâmbios Culturais entre Jovens Chineses e Peruanos”, no qual jovens empreendedores de ambos os países compartilharam experiências sobre o caminho para um futuro de sucesso.
Tradução e edição: Filipe Porto
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